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19 abril 2018

Ser pacífico e não passivo - Rodinei Moura



SER PACÍFICO E NÃO PASSIVO


Na questão 932 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta ao Espírito de Verdade: "Por que, tão frequentemente, na Terra, os maus sobrepujam os bons? Resposta: Por fraqueza destes. Os maus são audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes quiserem, preponderarão.

O líder pacifista que libertou a Índia da poderosa Inglaterra e que se tornou um exemplo admirado pelo mundo todo, Mahatma Gandhi, disse certa vez que é muito diferente ser pacífico de ser passivo.

É que é a primeira conduta que o mundo precisa, mas com muita atividade no bem. E na questão 642 desta obra básica do Espiritismo, já citada, Allan Kardec interroga a Espiritualidade da seguinte forma: "Para agradar a Deus e garantir uma boa posição futura bastará não fazer o mal? Resposta: Não, é preciso fazer o bem no limite das forças. Porque cada um responderá por todo o mal que resulte de não ter praticado o bem".

Ou seja, todas as habilidades que temos e que poderiam tornar o mundo um lugar melhor, mas que não usamos, servirão apenas para nosso desequilíbrio espiritual. Toda oportunidade que temos de útil, mas que não a fazemos, no nosso dia a dia, nas pequenas coisas, será motivo para que nossa consciência solicite aos nossos mentores uma nova oportunidade de reencarnação para que possamos fazer o que temos que fazer e que, por descuido, deixamos passar em branco.

O mundo em que vivemos, seja no micro ou no macrocosmo, seja em nossa família ou no trabalho, em nossa cidade ou em nosso país, é o reflexo dos seus habitantes, ou seja, do grau de evolução de cada um de nós.

Será que temos nos esforçado para contribuir para a melhoria destes lugares? Será que tentamos fazer um ambiente de trabalho melhor? Um lar melhor? Ou apenas reclamamos de tudo e de todos, tornando-nos desta forma um canal de propagação de revolta, de fofocas, enfim, das trevas. Será que compreendemos que o silêncio muitas vezes é uma grandiosa atividade no Bem? Ou uma palavra firme diante de uma injustiça, mas precedida sempre de uma oração, pedindo a Jesus que nos ilumine no agir e falar, para que prevaleça sempre a concórdia, acima das nossas paixões? Será que entendemos a importância de agir com simplicidade, exemplificando que somos todos irmãos, todos iguais perante o amor divino? Ou ainda usamos teorias mascaradas por trechos do evangelho, escolhidos segundo nossa conveniência, para nos abstermos de vencer o nosso orgulho? Será que entendemos que as pessoas se inspiram em nossas atitudes para o bem ou para o mal?

Será que o nosso agir tem sido desinteressado, como quem faz sua pequena parte, ciente da sua importância, mas confiante naquele que está no leme da embarcação, nas Leis Divinas e infalíveis? Ou agimos e deixamos de agir quando bem entendemos, julgando que somos Espíritos iluminados e incompreendidos, denotando, assim, apenas estarmos fascinados?V Sigamos confiantes em Jesus, refletindo incansavelmente e buscando a incessante transformação moral, para que os Espíritos trabalhadores do mestre encontrem em nós um instrumento lúcido e fiel, sem a ilusão da grandeza espiritual que não temos, e sem esperar privilégios que não fazem parte da legislação divina, e, ao contrário, dando o exemplo silencioso, porém ativo, de nossa resignação.

Rodinei Moura

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