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04 março 2018

Casamentos provacionais - Ricardo Di Bernardi



CASAMENTOS PROVACIONAIS


Dois Espíritos que na romagem terrena se unem visando conviver sexualmente, o fazem, normalmente, buscando uma complementação física, emocional e sentimental... No entanto, a história de cada casal é muito mais antiga.

O planeta que habitamos é definido ou classificado pelos Espíritos superiores como um mundo de provas e expiações. O percentual maior de seres humanos que aqui na Terra renascem está sob o regime de testes para verificação de aprendizado, isto é, provas. Muitos outros ainda renascem para reequilíbrio de desarmonias em sua estrutura psíquica, necessitando eliminá-las ou expiá-las, são as reencarnações expiatórias.

Importante lembrar que nossas vidas apresentam mais de um conteúdo com relação à programação reencarnatória. Todos nós nos deparamos com aspectos provacionais, expiatórios, e, por que não, até missionários com relação à família e ao trabalho. Da mesma forma, os casamentos também apresentam diversos conteúdos, porém de forma didática os classificaremos conforme a característica mais significativa do programa reencarnatório.

Seguindo a concepção clássica, sobejamente conhecida dos estudiosos da vida espiritual, as uniões estáveis ou casamentos podem ser classificados em: provacionais, sacrificiais, acidentais, afins e transcendentais.

Os casamentos provacionais ainda constituem a maioria dos reencontros programados para os que renascem em nosso planeta. São duas criaturas que trazem em seu inconsciente um registro comum ou histórico de vivências anteriores.

A questão do amor sexual já esteve presente entre ambos. Como somos, todos nós, seres em aprendizado na escola da vida, já erramos muito e fizemos sofrer aos companheiros de jornada, gerando em nós mesmos núcleos energéticos em desarmonia e esses se registraram em nosso “computador de dados”, chamado de perispírito, psicossoma ou corpo astral.

Os dados computados e registrados em nosso corpo astral ocasionam um campo de energia que terá uma luminosidade específica, brilho, frequência de onda, coloração e outras peculiaridades, que determinam uma irradiação peculiar e toda nossa. O antigo parceiro, com quem convivemos uma ou mais vidas, traz em sua estrutura íntima os mesmos registros, alusivos à vida pretérita em comum conosco.

Uma questão, frequentemente mencionada em seminários que efetuamos sobre Amor, Sexo e Vidas Passadas: Como é possível que duas pessoas se sintam atraídas profundamente a ponto de se unirem de forma estável; já que não seriam almas afins, qual a “química” que as atraiu? Já que se trataria de um casamento provacional?

Trata-se da autoprogramação inconsciente que nossas estruturas extrafísicas determinaram. Quando aqueles que conviveram de forma tumultuada no passado se reencontram, se veem, na vida atual, estabelece-se um fluxo de energia entre ambos, motivado pela similaridade de seus registros energéticos. Uma sintonia automática ocorre, motivando um envolvimento ou encantamento no qual ambos imaginam estar diante do Ser mais especial que poderiam encontrar.

De fato é o Ser que precisam reencontrar, e o automatismo perfeito das leis da natureza assim o programou.v Sem dúvida que a espiritualidade superior acompanha cada caso, no entanto, é importante que saibamos ser a “Natureza” o livro divino onde Deus escreve a história de sua sabedoria...

Qual seria a finalidade de um casamento provacional? Sofrer? Estariam ambos destinados a um convívio desagradável? O “pagamento” das dívidas de um ou de ambos dar-se-ia pelo sofrimento?

Não, de forma alguma. A ideia de que sofrer “paga” dívidas é resquício da idade medieval e dos conceitos de penitência. As provas, sejam em casamentos ou não, existem para serem vencidas, superadas, abrindo-se caminhos para horizontes de felicidade.

Casamentos provacionais, com o esforço dos parceiros, poderão se tornar casamentos afins, se não nesta vida, em uma próxima encarnação, se o convívio atual criar estímulos novos e produtivos. Não se reencarna com finalidade de sofrer, mas para crescer, mudar, evoluir e amar. Por outro lado, não se está fazendo apologia da aceitação de convívios agressivos ou francamente nocivos e improdutivos nos quais a separação seria o caminho inexorável.

Temos notícia de que, em determinados casos, a superação dos problemas determinará no final da vida presente um convívio fraterno e respeitoso. A superação das dificuldades mútuas ocasionará a liberação de ambos que, ao se sentirem livres na espiritualidade, poderão renascer em outro contexto, isto é, junto de suas almas afins.


Ricardo Di Bernardi


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