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10 novembro 2017

Arte - Divaldo P.Franco

(Sunrise in harbor - _by Leonida Fremov)

ARTE


Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, por ocasião do lançamento das suas excelentes obras no século XIX, teve a preocupação de referir-se à arte pagã, à cristã assim como à necessidade do surgimento daquela que seria a arte espírita.

A Arte em si mesma experimentou, desde os seus primórdios, características variações representando as diferentes escolas de pensamento do progresso da humanidade, fazendo-se manifestação da beleza de cada período. Desde a clássica à moderna, à contemporânea, apresentou-se de forma própria, a significar os acontecimentos então em voga.

Dostoiévski, na sua magnífica obra O Idiota, coloca nos lábios de um príncipe cristão a afirmativa de que A beleza salvará o mundo. Tradicionalmente, beleza significa a qualidade, a propriedade ou virtude do que é belo, que desperta sentimento de êxtase ou prazer dos sentidos. Entretanto, a variedade dos estágios emocionais da criatura humana, os seus níveis de consciência, suas culturas que expressam as aquisições intelecto-morais, sentem a beleza de maneira mui variada. Daí a razão das diferentes formas de ver-se e compreender-se a arte, esse extraordinário instrumento através do qual a beleza é identificada. Em consequência, em cada ocasião em que os artistas optaram por mudar os padrões vigentes de beleza, criando novos modelos, sempre houve reações dos seus coetâneos e discordâncias culturais, que não impediram a sua aceitação do tempo.

Recentemente vem chamando a atenção, facultando discussões e debates acalorados, comportamentos apresentados em diversos museus no Brasil: em Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, como sendo maneira elevada de expressar a Arte.

Desejo referir-me à ocorrência que teve lugar no MAM (Museu de Arte Moderna), em São Paulo, com a apresentação do jovem despido e a visita de crianças, convidadas a tocá-lo, contemplá-lo e compreender o significado da nudez... Em Belo Horizonte, não menos avançada tem sido a exposição de pinturas grotescas de prática sexual, algumas aberrantes com animais e outras numa crítica feroz à cruz, símbolo de algumas doutrinas religiosas...

Percebe-se que as apresentações excedem todos os níveis de dignidade humana, a iniciar-se no homem nu, por alguns especialistas denominado como um caso típico de pedofilia aberrante e na segunda apresentação, uma violenta fúria contra o comportamento sexual, deixando a ideia de que o mesmo é vulgar e doentio.

Lamentavelmente, num momento em que os padrões éticos desapareceram quase que por completo, deveremos esforçar-nos para que sejam restabelecidos os valores morais de equilíbrio para a preservação da beleza na Arte.


Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 19.10.2017.


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