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04 julho 2017

Comportamento - Divaldo P.Franco

 
COMPORTAMENTO


Alguns estudiosos do comportamento humano chegaram à conclusão que alguns fatores preponderantes na conduta hodierna são responsáveis pelos problemas da atualidade, como sejam: desconstrução da família, liberdade em excesso, perda do sentido existencial, excesso da parafernália tecnológica infantil, ausência dos pais no lar...

Iniciada essa nova maneira de viver-se, a partir dos anos sessenta, no século passado, a chamada revolução dos costumes produziu um grande vazio nos indivíduos, que procuraram preenchê-lo mediante gozos incessantes, como se a existência fosse um passeio à ilha da fantasia, sem responsabilidade nem respeito pela própria vida.

Desfrutar das múltiplas ocasiões ricas de gozo, o amor e a flor, num disfarce mal elaborado sobre o excesso do prazer sexual e da indiferença pelo mundo, os jovens perceberam-se órfãos de pais vivos, que também desejavam aproveitar o momento, libertando-se das castrações da cultura do passado, como único objetivo da existência.

A competição masculina/feminina, os vícios sociais, o tabaco, o álcool, as drogas aditivas, a libertinagem tomaram conta do planeta, inaugurando o período da irresponsabilidade.

Alastraram-se as fugas das grandes cidades para locais denominados paraísos e o mundo se tornou pequeno demais para os grupos de errantes, buscando praias encantadoras e lugares mágicos para curtir, para o embalo e a liberdade que, a esse tempo, transformou-se em libertinagem.

Subitamente, com a mesma acelerada mudança, John Lenon declarou: O sonho terminou!, e movimentos em favor da paz externa surgiram exóticos, sem a preocupação do equilíbrio interior, única maneira de viver-se em tranquilidade.

As guerras multiplicaram-se e voltaram as lutas entre Oriente e Ocidente, quando o atormentado Bin Laden inaugurou o período do terror, no fatídico 11 de setembro de 2001, cujos danos emocionais ainda perduram no medo que tomou conta da sociedade. Novos atos terroristas modificaram as paisagens humanas e vive-se, na atualidade, a ausência da ética, do amor, da fraternidade entre as criaturas.

Certamente, surgiram nobres movimentos, preocupações com a Mãe Terra, com os animais e todas as expressões de vida, direitos humanos...

Mas o amor ainda não encontrou guarida nos corações. E todos estamos sedentos de que o amor nos suavize a jornada e domine os atormentados comportamentos atuais. Somente o amor em todas as suas expressões possui a terapia própria para acabar com a onda de violência e ódio, de medo e solidão que tomam conta da Terra.

Um amor especial, sem dúvida, que é o retorno às tradições, ao respeito entre as criaturas e o cumprimento dos deveres em relação a tudo e a todos.

Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 5.5.2017.

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